Cansados de serem atacados por evangélicos neopentecostais, principalmente fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus,
membros de religiões afro-brasileiras irão aproveitar o feriado do dia
15 de novembro para protestar no bairro do Engenho Velho da Federação,
em Salvador, Bahia.
A ideia é pedir respeito, para que não sejam mais tratados como “cão”
e “demônios” explica a Yalorixá Valnizia de Ayra, do Terreiro do Cobre,
que reclama até dos ataques dos programas de rádio. “Nas rádios, eles
nos atacam todos os dias e todas as horas. Não sou cão, não sou demônio,
como eles dizem. Os neopentecostais são mais radicais. A gente quer
respeito. Não invadimos as atividades deles”.
Valnizia diz que os frequentadores do terreiro onde ela atende são
abordados por fiéis da IURD que distribuem panfletos com alertas
dizendo: “Não vá, é um lugar do demônio”. Ela diz também que não adianta
reclamar desses ataques porque a prefeitura é tomada por evangélicos,
até o prefeito da cidade, João Henrique, é evangélico.
“Não temos que conviver com isso. Uma vez, tivemos que dar uma
queixa. Mas o problema desse tipo de denúncia é que é tudo evangélico na
prefeitura. O prefeito (João Henrique) é evangélico. A Sucom
(Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo) é de
evangélico. A denúncia não vai adiante”, diz.
Essa será a “VII Caminhada contra violência, a intolerância religiosa
e pela paz” que vai reunir terreiros de candomblé, umbanda e culto aos
caboclos, além de civis que se simpatizam com a causa.
Não é a primeira vez que membros de religiões de matriz africana se
manifestam contra neopentecostais, na semana passada uma matéria da
revista Isto É mostrava que no Rio de Janeiro, o maior estado em números
de praticantes dessas religiões, uma secretaria precisou ser montada
para investigar e punir crimes de intolerância religiosa.
Com informações Terra Magazine
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