No Rio de Janeiro, estado com maior número de
praticantes de religiões afro-brasileiras, foi necessário a criação da
Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) para impedir
agressões morais e físicas praticadas contra adeptos da umbanda e do
candomblé.
De acordo com uma reportagem da IstoÉ, são registrados quase 100
casos de agressão por ano somente no Rio de Janeiro, sendo que a maioria
dos ofensores são evangélicos, principalmente membros de igrejas
neopentecostais, segundo dados do delegado da 4º DP, Henrique Pêssoa,
que recebeu há três anos a missão de cuidar desses casos e tentar punir
crismes de intolerância religiosa.
A antropóloga Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro,
Sonia Giacomini, explica que as agressões acontecem na intenção de
converter essas pessoas ao evangelho. “Cada neopentecostal tem a missão
de ganhar adeptos, é uma obrigação religiosa, daí o proselitismo. A
missão é clara: divulgar e converter”, diz ela que estuda o assunto há
20 anos.
A CCIR foi criada na Ilha do Governador porque diversas denúncias
afirmavam que os representantes das religiões afro-brasileiras estavam
tendo seus terreiros destruídos por evangélicos. Não foi só no Rio que
esses casos foram denunciados, outros 39 casos semelhantes aconteceram
em todo o pais, e um relatório denunciando esses abusos foi entregue ao
Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Martin I.
Uhomoibai.
O novo mapa das religiões organizado pela Fundação Getúlio Vargas
mostra que 0,35% da população brasileira é praticante de religiões
afro-brasileiras, mas o teólogo Jayro de Jesus acredita que esse número é
maior, mas temendo o preconceito, os praticantes acabam não se
audeclarando nos censos.
Para combater o crime de intolerância religiosa, os representantes
dessas religiões desejam tornar obrigatório o ensino da História da
África e cultura afro-brasileira nas escolas. Eles também tentam fazer
com que o Ministério das Comunicações retire os programas religiosos que
agridem os praticantes da umbanda e do candomblé, e ainda multe as
emissoras que alugam o espaço para esses programas.
Outras duas medidas são sugeridas por eles: treinar as delegacias
para registrar corretamente esses casos de agressão e elaborar uma Plano
Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
Com informações Isto É
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