quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Afegãos protestam contra queima do Corão por soldados dos EUA

Cerca de dois mil afegãos protestaram nesta terça-feira (21) em frente à principal base militar dos Estados Unidos no país contra a notícia de que soldados estrangeiros teriam queimado cópias do Corão, o sagrado do Islã.

Helicópteros dos EUA tentaram dispersar os manifestantes que cantaram palavras de ordem contra os estrangeiros e atiraram pedras contra a base.
Roshna Khalid, -voz do governo da província, disse que cópias do livro sagrado dos mulçumanos foram queimadas dentro da base de Bagram, localizada a cerca de uma hora ao norte da capital Cabul.
"Os trabalhadores normalmente levam o lixo para fora (da base) e eles encontraram os restos de diversas cópias do Corão", afirmou Khalid.
O principal general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão tentou minimizar a fúria em relação ao incidente. "Quando soubemos desses atos, imediatamente interviemos e interrompemos as ações. Os materiais recuperados serão manejados pelas autoridades religiosas apropriadas", afirmou o general John Allen, chefe da Força Internacional de Assistência de Segurança, em comunicado escrito.

Allen não deu detalhes sobre o incidente.
As ofensas ao Islã, às tradições afegãs ou simplesmente às regras elementares de conduta por parte das tropas da Otan são relativamente frequentes no Afeganistão.
No início de janeiro, um vídeo de quatro marines americanos urinando sobre os cadáveres de supostos talibãs foi colocado na internet e gerou uma enorme polêmica, embora não tenha provocado nenhuma manifestação no Afeganistão.
Alguns dias depois, um militar afegão que matou quatro soldados franceses e feriu outros 15 justificou seu ato pelo ocorrido no vídeo.
Outras imagens, que mostram soldados britânicos pedindo que crianças afegãs tocam seus órgãos genitais através da roupa também "enojaram" o governo afegão, mas não perturbaram a ordem pública.
Em abril de 2011, dez pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em manifestações durante vários dias depois que o pastor americano Terry Jones queimou um exemplar do Corão na Flórida.

INFORMAÇÕES DE G1

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