quarta-feira, 21 de setembro de 2011

China registra crescimento cristão


Todas as quintas-feiras, às 9 horas, a chinesa Cao Guan Lanrecebe em seu apartamento em Pequim cerca de 60 pessoas munidas de Bíblias. Nas duas horas seguintes, elas escutam a pregação de um pastor ou outro fiel, cantam juntas e fazem orações pontuadas com fervorosas exclamações de “amém!”. O grupo integra uma das milhares de “igrejas familiares” que surgiram na China nas últimas duas décadas e transformaram o protestantismo na religião de mais rápido crescimento no país governado pelo ateu Partido Comunista.
Só no bairro no noroeste de Pequim, onde Cao vive, há cerca de 50 igrejas familiares que contam com a chancela do governo para funcionar. Há um incontável número de “não-oficiais”, cujos fiéis estão sujeitos à perseguição do Estado, que se intensificou nos últimos meses.
O caráter clandestino de muitos grupos torna difícil estimar o número de cristãos na China, mas entidades independentes apontam para uma cifra bem superior aos 10 milhões de protestantes e 4 milhões de católicos reconhecidos pelo governo. Segundo números oficiais, apenas 100 milhões do 1,3 bilhão de chineses professam alguma fé.
Pesquisa realizada em 2007 pela East China Normal University indicou que 31,4% da população têm religião – o que representa 400 milhões de pessoas. O protestantismo é seguido por 40 milhões e o catolicismo, 14 milhões, afirma o levantamento – o que dá um total de 54 milhões de cristãos. A entidade World Christian Database sustenta que o número é de 111 milhões, o que colocaria a nação comunista entre os países de maiores populações cristãs do mundo. O Brasil ocupa o segundo lugar, após os Estados Unidos, com 140 milhões. Se a cifra for precisa, significa que há mais cristãos na China do que membros do Partido Comunista, que tem 76 milhões de filiados.
O protestantismo é a vertente do cristianismo que mais floresce na China por causa de seu caráter não-hierárquico e popular – qualquer um pode pregar o Evangelho e vários chineses abraçaram essa possibilidade com fervor. A grande maioria dos protestantes não é vinculada a nenhuma das denominações tradicionais, e se integra a pequenos grupos que surgem de modo independente.
Fonte: O Estado de S. Paulo/JMM

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