A instalação de um chip eletrônico nos jalecos dos médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mesquita, na Baixada Fluminense (RJ), provocou uma grande polêmica. Profissionais se dizem constrangidos com a novidade e a Secretaria Estadual de Saúde garante que o equipamento vai melhorar o atendimento.
O Sindicato dos Médicos do Rio informou que vai recorrer à Justiça para impedir a utilização dos chips.
Inaugurada recentemente, a UPA conta com atendimento de urgência e emergência, aparelhos novos, além de ambulância própria. Mas o que tem chamado atenção fica escondido de quase todo mundo. Os pequenos chips vão ser colocados nos equipamentos, nos materiais hospitalares e em caixas de remédios. Os sensores nas portas permitem a administração controlar o que entra e sai da unidade.
Polêmica
Alguns ambientes, como o da rouparia, serão monitorados o tempo inteiro. Com as antenas instaladas dentro das salas, é possível saber durante 24h por dia quando um jogo de roupa de cama chega, quantos uniformes estão na sala e até se um lençol é levado para o quarto.
A polêmica começou porque a Secretaria de Saúde decidiu colocar os chips também nos jalecos dos médicos. Se o médico sair usando o jaleco, um alerta é acionado. A medida foi criticada pelo sindicato dos médicos e pelo Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj).
“Isso é um constrangimento, já que nem os presidiários estão usando pulseiras de chip para poder ir no Natal para casa. (…) É mais importante você ter controle de quem entra em sai de uma emergência do que você colocar um chip constrangendo as pessoas e dizendo para a população que não tem médico nos postos, porque o médico falta. É ao contrário, não tem médico nos postos suficientes, porque o salário é ruim”, explicou a presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araújo.
A secretaria diz que o chip no jaleco não tem como função principal controlar a entrada e a saída dos médicos. “É um processo para controlar a adesão dele (médico) e de qualquer outro profissional aos protocolos de controle de infecção e do cuidado com o patrimônio dentro da própria unidade”, explicou a subsecretária de vigilância em saúde, Helen Myamoto.
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Fonte: G1
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