Preso há quase dois anos, o ex-goleiro Bruno, 27 anos, ainda tenta se adaptar à rotina de detento. A vida regada a orgias, sucesso e muito dinheiro ficou para trás. Hoje, o ex-capitão do Flamengo vive de forma espartana na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG), onde aguarda julgamento pelo brutal assassinato da modelo Eliza Samudio, com quem ele teve um filho. Bruno agora serve o café da manhã aos companheiros de cadeia, treina quando pode, lê a Bíblia e canta hinos de louvor.
O ex-jogador foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores. Eliza está desaparecida desde junho de 2010.
“Ele acorda cedo, abre a cela e recebe um carrinho com o galão do café. Vai passando de cela em cela servindo o café nos copos dos presos”, revela Ângela Maria Rosa Sales, 46, tia de Bruno, que o criou junto com dona Estela, sua avó.


Bruno foi casado com Dayanne Souza, com quem tem duas filhas: Bruna Vitória e Maria Eduarda
Depois do café, o ex-goleiro começa a faxina na penitenciária, pela qual recebe mensalmente 75% do salário mínimo, R$ 466,50. Mas é nas duas horas de sol diárias que ele relembra os tempos do futebol. Autorizado pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), Bruno exercita seus reflexos usando meião, caneleira e bola.
Nas horas livres, ele assiste TV ou escuta rádio. Mas não acompanha o futebol.“Ele não gosta de ver e chora quando tem jogo do Flamengo”, entrega a tia.
Outra mudança importante na vida do ex-goleiro depois que foi preso: Bruno agora é evangélico, lê a Bíblia e canta hinos de louvor. “No domingo, na hora do almoço, ele faz uma oração e canta hinos de louvor. Isso distrai a cabeça dele, porque se não tiver Deus no coração, aí é que não tem jeito mesmo”, diz Ângela.
Nos fins de semana, ele recebe a visita de parentes e, às vezes, das duas filhas. Tem direito à visita íntima da namorada, a dentista Ingrid Calheiros, que vê com frequência.
Família crê na inocência do jogador
Carlos Alberto e Ângela são tios do ex-atleta e revelam detalhes da rotina na penitenciária de Contagem
Bruno passa horas escrevendo cartas para as filhas, Bruna e Maria Eduarda, em papel colorido e cheio de desenhos. Neste fim de semana, ele ficou muito frustrado porque esperava rever as meninas, mas não conseguiu porque a autorização saiu somente para a semana que vem.
Bruninho, o filho com Eliza Samudio, é uma distante lembrança. Só recentemente assumiu a paternidade do menino que conheceu aos quatro meses. “Ele é doido com a criança. É o único filho homem do Bruno, e ele tem muita vontade de conviver com o menino”, conta a tia, Ângela Maria Rosa Sales.
Muito próxima do sobrinho, ela insiste em defendê-lo das graves acusações pelo desaparecimento de Eliza. “O Bruno é um filho para mim. Estão julgando-o como um monstro, mas eu tenho muita fé que ele vai sair e provar a inocência”, afirma.
O crime
As acusações que pesam contra Bruno são de um crime macabro. Eliza, que engravidou do ex-jogador numa orgia na casa de um amigo do ex-atleta, teria sido mantida em cárcere privado, agredida e estrangulada, e seu corpo, esquartejado. O local onde ela foi enterrada ainda é um mistério.
Na época, um menor chegou a dizer à polícia que seus braços foram jogados para alimentar cachorros Rottweiler em Vespasiano, Minas Gerais. Bruninho, filho do casal, que tem 2 anos, teve a paternidade reconhecida recentemente pelo ex-jogador. É a mãe de Eliza quem tem a guarda da criança.
Deixe o seu comentário no Verdade Gospel.