O traficante Antonio Francisco Lopes, o Nem da Rocinha (foto), preso na última semana numa blitz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, concedeu uma entrevista à Revista Época dias antes de sua prisão. Nessa entrevista, Nem fala de sua crença, de suas ideias a respeito do tráfico e das leis e da sociedade: “Não uso droga, só bebo com os amigos”, afirma Nem.
A entrevista, que a pedido de Nem, não pode ser gravada pela jornalista Ruht de Aquino, foi feita em um campo de futebol, em meio aos boatos de que estava planejando se entregar à Polícia.
Falando sobre religião, o traficante mostra confiança no que entende como certo, e acredita que não irá para o inferno: “Leio a Bíblia sempre, tento impedir garotos de entrar no crime, dou dinheiro para comida, aluguel, escola, para sumir daqui. Faço cultos na minha casa, chamo pastores. Mas, não tenho ligação com nenhuma igreja. Minha ligação é com Deus. Aprendi a rezar quando criancinha, com meu pai. Mas só de uns anos pra cá, comecei a entender melhor os crentes. Acho que Deus tem algum plano pra mim, Ele vai abrir alguma porta. Não vou para o inferno”.
Em sua matéria, a jornalista conta que ao encontrar o traficante, ele conversava com um pastor e pedia que ele o mantivesse informado sobre um rapaz que tinha tido uma recaída: “Pegou ele, Pastor? Não pode desistir. Caraca, ele estava limpo, sem droga, tinha encontrado um emprego… Me fala depois”. Sobre a recuperação das comunidades, Nem defende a ação da igreja, que segundo ele, nunca deve desistir de ninguém: “A igreja não pode desistir de nunca de recuperar alguém”.
Fonte: Gospel+
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