O nascimento de Emília foi um mistério só revelado na hora do parto em Ontário, Canadá. Segundo matéria reproduzida pelo ‘Fantástico’, a primeira gravidez de Lia, a mãe da criança, foi um mundo de descobertas até para a medicina. A gestação parecia normal, os exames revelavam um feto saudável. Mas, diferente de outras futuras mamães, Lia sentia fortes dores.
“Era tão doloroso, era como se tivessem facas, lâminas, cortando devagarzinho dentro de meu estômago”, disse Lia.
Ninguém desconfiava, mas a criança ganhou vida na cavidade abdominal da mãe. Apenas um em um milhão de fetos é capaz de se desenvolver fora do útero. Os médicos só conhecem dois casos como esse em todo o mundo. A ideia de um feto sobreviver entre as alças do intestino da mãe parecia tão improvável que os médicos custaram a acreditar.
Lia, a mãe, afirmou que sentia fortes dores durante a gestação, mas não sabia o motivo
Só quase no final da gravidez, eles começam a perceber o que poderia estar acontecendo. “Não fazia sentido. Olhamos todos os exames com atenção e foi aí que a gente pensou: ‘será que esse feto não está dentro do útero?’”, disse um médico.
Segundo os médicos, algo deu errado logo depois da fecundação. O óvulo fertilizado normalmente viaja pelas trompas até o útero, mas este foi na direção oposta. Atravessou o abdômen e se prendeu ao útero, mas pelo lado de fora.
Geralmente em um caso como esse, a gravidez não se desenvolve. É interrompida naturalmente.
E mais um milagre: o ovo se alojou no único lugar onde foi possível receber normalmente o oxigênio e os nutrientes da mãe.
Lia sentia dores porque dentro do útero não existem extremidades nervosas. Mas do lado de fora qualquer movimento do bebê é muito desconfortável para a mãe.“A dor não parava de aumentar e eu não entendia a razão”, lembra Lia.
Os médicos decidiram então fazer uma cesariana de emergência. Veio a confirmação e a surpresa: esmagada, debaixo do fígado, enrolada no intestino, estava uma criança saudável.
Mesmo prematura, de oito meses, todos os órgãos vitais funcionavam normalmente. Os médicos sabem agora que se não tivessem operado Lia a criança não teria como nascer. Por causa da posição na barriga, ela nasceu com pé torto e deslocamento de quadril. Mas com cirurgia, e ao longo do tempo, tudo foi corrigido. Agora é uma menina cheia de energia que lutou pela sobrevivência desde o primeiro sopro de vida.
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Fonte: Fantástico
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