Reeleição de Obama levará o mundo para o reinado do Anticristo?
Nos últimos dias, dezenas de análises estão sendo feitas para
mostrar os “prós” e os “contras” da reeleição de Obama. Alguns são mais
veementes em suas afirmações.
Esse parece ser o caso do pastor da Primeira Igreja Batista de
Dallas, uma megaigreja do Texas que reúne mais de 10 mil pessoas por
culto. Robert Jeffress mencionou no último domingo, dois dias antes da
reeleição, que a vitória de Obama levaria o mundo para o reinado do
Anticristo.
“Eu quero que você me ouça esta noite, eu não estou dizendo que o
presidente Obama é o Anticristo. Não estou dizendo isso. Uma das razões
pela qual sei disso é que o Anticristo vai ter números muito melhores
nas pesquisas do que ele tem”, disse Jeffress. “O presidente Obama não é
o Anticristo. Mas o que estou querendo dizendo é o seguinte: A direção
que ele está escolhendo para levar nossa nação é uma preparação do
caminho para o futuro reino do Anticristo… Veja bem, quando o Anticristo
vier, ele não poderá, de repente, assumir o poder e fazer mudanças
radicais. Ele não poderá, repentinamente, restringir a expressão
religiosa nem o comércio. Se ele quiser fazer algo assim, certamente
causará uma revolução que impediria seu reinado na terra… Por isso, é
preciso que ocorra uma mudança gradual, uma lenta erosão das leis de
Deus e das liberdades pessoais. Se isso ocorrer ao longo de um grande
período de tempo, será mais fácil”.
Jeffress insistiu “está na hora de os cristãos se levantarem e
lutarem contra este mal que está tomando conta da nossa nação”. Ele
acredita que os fieis só poderiam fazer isso através das urnas. Tal
declaração, obviamente, não agradou a muitos membros de sua igreja e
repercutiu mal em vários círculos evangélicos. Desde sua primeira
vitória nacional, em 2008, Obama vem sendo chamado de Anticristo por
alguns segmentos. No último ano suas posições pró-aborto, pró-casamento
gay e um suposto plano para implantar chips médicos nos cidadãos
americanos, alimentaram esse tipo de discussão.
O grande problema enfrentado por Jeffress são as declarações feitas
por ele sobre Romney ano passado. Durante o encontro do Conselho de
Pesquisa Familiar, que promoveu a “Cúpula dos Eleitores de Valores” em
outubro de 2011, Jeffress chamou o mormonismo de seita. Muitos estão
cobrando o pastor por aparentemente estar se contradizendo.
“Mitt Romney é mórmon, e ninguém aqui vai dizer o contrário. Mesmo
que ele diga que Jesus é seu Senhor e salvador, ele não é um cristão. O
mormonismo não é cristianismo. Mormonismo é uma seita. É um pouco
hipócrita falar durante os últimos oito anos sobre como é importante
elegermos um presidente cristão e, em seguida, virar e apoiar um
não-cristão”, disse Jeffress durante um discurso em que mostrava seu
apoio a Rick Perry, então governador do Texas, que disputava com Romney a
indicação do Partido Republicano.
Agora, Jeffress se defende dos críticos, dizendo que as pessoas
tinham um entendimento diferente sobre o que a palavra “seita”
significava no contexto em que foi usada. O fato de Romney ser um mórmon
dividiu os cristãos conservadores e até Billy Graham parece ter mudado
de ideia.
Seu ministério retirou o termo de seu site quando fala sobre o
mormonismo. Mas isso só aconteceu após o ex-candidato republicano
visitar Franklin e Billy e receber abertamente o apoio deles.
Posteriormente, o ministério dos Graham foi duramente criticado por ter
usado dinheiro doado para evangelização no pagamento de anúncios
pró-Romney em jornais americanos. Inconformado, Franklin disse após a
eleição que o mundo pagará caro após Obama ser recolocado na Casa Branca
e que, com isso, os EUA abriram o caminho da destruição.
Questionado pela Fox News, Jeffress se explicou “Eu não mudei o meu
discurso… Na verdade, nunca disse que os cristãos não deviam votar em
Mitt Romney. Quando eu falei sobre a sua teologia. Ressaltei que há
grandes diferenças teológicas entre mórmons e evangélicos, mas
compartilhamos de muitos valores”.
Em sua coluna para o site The Christian Post, o doutor em teologia
Richard Land ressalta que ao longo da campanha muitos cristãos passaram a
ter opiniões divergentes sobre o que significa o termo “seita” e como
as pessoas entendiam isso.
“O problema é que, embora o mormonismo teologicamente seja uma seita,
que destoa do cristianismo quando observados os parâmetros da ortodoxia
e do credo apostólico trinitariano, ele não se comporta como uma seita
no aspecto cultural ou social”, disse o doutor. Traduzido de The Christian Post e Raw Story
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